Junho de 2007

O poder da língua

Por volta do ano 2000 a.C., um mercador grego, rico, queria dar um banquete com comidas especiais. Chamou seu escravo e ordenou-lhe que fosse ao mercado comprar a melhor iguaria. O escravo voltou com um belo prato, coberto com um fino pano. O mercador removeu o pano e assustado disse:

- Língua ? Este é o prato mais delicioso ?

O escravo, sem levantar a cabeça, respondeu:

- A língua é o prato mais delicioso, sim senhor. É com a língua que você pede água, diz "mamãe", faz amizades, conhece pessoas, distribui seus bens, perdoa. Com a língua, você conquista, reúne as pessoas, se comunica, diz "Meu Deus", reza, canta, conta histórias, guarda a memória do passado, faz negócios, diz "eu te amo".

O mercador, não muito convencido, quis testar a sabedoria do seu escravo e o enviou novamente ao mercado, ordenando-lhe que trouxesse o pior dos alimentos. Voltou o escravo com um lindo prato, coberto por fino tecido, que o mercador retirou, ansioso, para conhecer o alimento mais repugnante.

- Língua, outra vez !, diz o mercador, espantado.

- Sim, língua, diz o escravo, agora mais altivo. É a língua que condena, separa, provoca intrigas e ciúmes. É com ela que você blasfema e manda
para o inferno. A língua expulsa, isola, engana o irmão, responde para a mãe, xinga o pai... A língua declara guerra ! É com ela que você pronuncia a sentença de morte. Não há nada pior que a língua, não há nada melhor que a língua. Depende do uso que se faz dela.


Que o mês de junho seja abençoado e que saibamos usar nossa língua somente para o bem!

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