Maio de 2011

Narciso era um belo rapaz que todos os dias ia contemplar sua beleza num lago. Daí vem o termo narcisismo, usado pela Psicanálise para se referir ao amor próprio e à auto-apreciação que, em doses moderadas, mantém nossa saúde física e mental. Contribui para a auto-apreciação o reconhecimento no meio em que se vive. A necessidade de reconhecimento é, assim, universal, e no mundo do trabalho não poderia ser diferente.

C. Dejours, autor especializado em psicologia do trabalho, diz que todos nós, enquanto trabalhadores, necessitamos de reconhecimento por aquilo que fazemos. O reconhecimento reforça a percepção de ser útil, a sensação de estar produzindo algo belo e/ou bom para o mundo em que se vive, e, além de tudo, de estar contribuindo para o crescimento da sociedade ou para a manutenção da vida, uma vez que essa não existiria sem o trabalho humano.

(...)Por isso o reconhecimento no trabalho é fundamental, seja pelo outro, seja por si mesmo. O reconhecimento pelo “outro” se manifesta geralmente por meio de elogios, benefícios, homenagens, ou mesmo na melhoria das relações e condições de trabalho, promovidas seja pela chefia direta, pelo empregador, pela instituição, pelos clientes, pelos usuários ou mesmo pelos colegas Isso, porém, não é suficiente. É preciso também que nos reconheçamos no que fazemos!

(...)Voltando à lenda de Narciso, sabe-se que um dia, de tão fascinado por si mesmo, o belo rapaz caiu dentro do lago e morreu afogado. No lugar onde caiu, nasceu uma flor, a que deram o seu nome, Narciso. Quando isso aconteceu vieram as deusas do bosque e perceberam que o lago havia se transformado, de um lago de água doce, num cântaro de lágrimas salgadas.

- Por que você chora? - perguntaram as deusas.

- Choro por Narciso - respondeu o lago.

- Ah, não nos espanta que você chore por Narciso. Afinal de contas, apesar de todas nós sempre corrermos atrás dele pelo bosque, você era o único que tinha a oportunidade de contemplar de perto sua beleza.

- Mas Narciso era belo? perguntou o lago.

- Quem mais do que você poderia saber disso? - responderam surpresas as deusas.  - Afinal de contas, era em suas margens que ele se debruçava todos os dias.

O lago ficou algum tempo quieto e por fim disse:

- Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava sobre minhas próprias margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, minha própria beleza refletida.

Descobre-se assim que o lago não chorava exatamente por Narciso, mas por sentir falta de um certo olhar ou modo de olhar de Narciso sobre ele. E isso pode nos fazer pensar sobre o modo com que olhamos as pessoas ao nosso redor, as situações que nos cercam, e também o nosso trabalho. Será que um dia esse trabalho que fazemos poderá “chorar” sentindo a nossa falta? Será que o meu trabalho sentirá a falta de um certo olhar e de certa dedicação que lanço sobre ele no dia-a-dia? O que posso fazer para admirar mais aquilo que faço em meio aos embates do cotidiano, e poder, assim, também me olhar com mais admiração? Essas são algumas das perguntas que podem estar por trás das lutas dos trabalhadores, não exatamente das lutas sindicais, mas da luta de cada trabalhador consigo mesmo, no cotidiano laboral e no interior de cada atividade realizada.

(texto de Ana Paula Prange - Psicóloga do Trabalho - Serviço de Saúde do Trabalhador - DSMS/VDGT – Farmanguinhos)


Com essa mensagem desejamos a todos vocês muitas bênçãos no trabalho, que o valor e mérito de cada um seja reconhecido, assim como precisamos expressar o nosso reconhecimento para com os nossos colegas, amigos, líderes, liderados e familiares.  Está provado que o elogio e o reconhecimento fazem bem à alma, à equipe, à organização, à família!!! Desejamos também FELIZ DIA DAS MÃES, com paz e alegria para todas as mães!

Fraternalmente,

Robson & Lúcia Santarém


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 Algumas boas noticias
  Vivemos intensamente o mês de abril, com muitas alegrias e muito trabalho, graças a Deus!!!
  Compartilho o depoimento de André Almeida, a quem sou muito agradecido, sobre o nosso trabalho:

"Em meados de 2009 buscamos a Anima para realizar um trabalho de integração e desenvolvimento de liderança focado no grupo de gerentes da unidade de negócios da Bimbo no Rio de Janeiro. O Robson Santarém com muita habilidade, nos conduziu por reflexões sobre a importância do autoconhecimento, do autodesenvolvimento de competências e potencialidades, da necessidade de integração para o alcance de resultados compartilhados, do papel do Líder e as habilidades de relacionamento interpessoal entre outros temas. Não por acaso neste ano, a Bimbo RJ teve o melhor resultado operacional da história. Hoje, o Robson é um parceiro freqüente nos nossos trabalhos de desenvolvimento de pessoas."

  No próximos dias 10 e 11 acontecerá o CONGRESSO RH RIO – ABRH RJ com o tema EM BUSCA DO EQUILIBRIO DINÂMICO. Excelente oportunidade de aprendizado e networking. Maiores informações no site www.abrhrj.org.br

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